"...every unhappy family is unhappy in its own way."
Sabe aquele papo de me sentir como se não soubesse nada, mesmo depois de 6 semestres de faculdade? Pois é. A prova pra estágio na Defensoria me mostrou que não sei nada mesmo.
Não sei nada de Direito e minha gata sumiu. Cheguei da prova, ela veio deitar comigo. Bebi tudo o que vi pela frente (queria apagar até segunda-feira) e a última coisa que vi foi ela dormindo aqui do meu lado, profundamente, com a língua pra fora. Acordei e ela tinha ido embora. Ninguém a viu sair pra rua. Ela, filhote ainda, nunca passou a noite fora. Sei que aconteceu alguma coisa e que não vou voltar a vê-la.
Se eu soubesse que era nossa última tarde juntas, teria dado mais atenção pra ela. Ou não teria bebido pra apagar, teria ficado de olho nela e fechado a casa antes que ela fugisse, já que o posto de bêbado egoísta e imprestável da casa já está ocupado. Tal pai, tal filha? Parece que sim.
Burra, sem estágio, sem minha gata e sabendo que a única pessoa da família com quem, apesar da distância, mantenho uma ligação forte, tem câncer. Na bexiga, estágio avançado, iniciou tratamento, vai passar por cirurgia urgente em breve. E se acontece alguma coisa com ela, é boa parte da minha infância, da minha adolescência, da minha vida que vai embora junto.
E esses são só alguns dos motivos pelos quais dormi só 3 horas desde sexta-feira, e ainda assim tive que beber pra poder tirar esse cochilo. A gente segue morando todo mundo junto, mas vivendo separadamente. Não servimos nem pra ser uma família infeliz: somos egoístas até na infelicidade.
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