domingo, 27 de fevereiro de 2011

Amanhã não se sabe



"[...]Hoje aqui, não importa pra onde vamos
Vivo agora, não tenho outros planos
E é tão fácil viver sonhando
Enquanto isso...A vida vai passando [...]"

 

Como eu te amo

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua;

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
  __________

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, - mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. - Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.
__________

De mim não saberás como te adoro;
Não te direi jamais,
Se te amo, e como, e a quanto extremo chega
Esta paixão voraz!

Se andas, sou o eco dos teus passos;
Da tua voz, se falas;
O murmúrio saudoso que responde
Ao suspiro que exalas.

No odor dos teus perfumes te procuro,
Tuas pegadas sigo;
Velo teus dias, te acompanho sempre,
E não me vês contigo!

Oculto e ignorado me desvelo
Por ti, que me não vês;
Aliso o teu caminho, esparjo flores,
Onde pisam teus pés.

Mesmo lendo estes versos, que m'inspiras,
- "Não pensa em mim", dirás:
Imagina-o, se o podes, que os meus lábios
Não to dirão jamais!
__________

Sim, eu te amo; porém nunca
Saberás do meu amor;
A minha canção singela
Traiçoeira não revela
O prêmio santo que anela
O sofrer do trovador!

Sim, eu te amo; porém nunca
Dos lábios meus saberás,
Que é fundo como a desgraça,
Que o pranto não adelgaça,
Leve, qual sombra que passa,
Ou como um sonho fugaz!

Aos meus lábios, aos meus olhos
Do silêncio imponho a lei;
Mas lá onde a dor se esquece,
Onde a luz nunca falece,
Onde o prazer sempre cresce,
Lá saberás se te amei!

E então dirás: "Objeto
Fui de santo e puro amor:
A sua canção singela;
Tudo agora me revela;
Já sei o prêmio que anela
O sofrer do trovador.

Amou-me como se ama a luz querida,
Como se ama o silêncio, os sons, os céus,
Qual se amam cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria, e a virtude e a Deus!"

Gonçalves Dias                              
 



sábado, 26 de fevereiro de 2011

We miss you

Ontem, 25 de fevereiro, George Harrison completaria 68 anos. Não tive tempo de postar nada mas não quero deixar a data passar batida aqui. Pensei em fugir dos clichês e não postar "My Sweet Lord" ou "While my guitar gently weeps". "All things must pass" já postei aqui. Então restou a minha favorita, uma das canções mais lindas que já ouvi na vida e o solo de guitarra mais simples e, talvez por isso mesmo, mais tocante do rock: "Something". No fim das contas, não deu pra fugir dos clichês.


Queria ter postado mesmo é essa versão aqui, mas o "dono" do vídeo proibiu a incorporação. Felizmente, essa versão do "Anthology" é tão emocionante quanto. Reparem no solo, no solo!

Completando a homenagem, a mesma música na versão "mccartniana", num dos momentos mais emocionantes do show do Macca aqui no Brasil. Ah, não sei se eu já falei aqui mas...EU TAVA LÁ!!!



E por último, uma imagem do momento do show em que o Paul canta "Something" com essa foto fofa no telão. Procurei essa foto em tudo o que é canto, mas não achei. Então, pra quem viu o vídeo mas não reparou nessa parte, olha só que lindo: 

Happy Birthday, George.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nosce te ipsum


-Quem és tu? - perguntou Sofia.
De novo não recebeu nenhuma resposta, mas por um breve momento não soube se tinha sido ela ou o seu reflexo no espelho a fazer a pergunta. Sofia tocou com o indicador no nariz refletido no espelho e disse:
-Tu és eu. Não recebendo resposta alguma, inverteu a frase:
- Eu sou tu.
Semana passada, como atividade da aula de Filosofia, a profª Luci pediu que respondêssemos à pergunta "Quem sou eu?". Ela chegou na sala e escreveu no quadro "Conhece-te a ti mesmo". Não, não era da música "Garota Nacional" do Skank que ela tava falando. Essa frase Sócrates viu na entrada do templo de Delfos, o oráculo que disse que ele era o homem mais sábio da Grécia. Modestíssimo, Sócrates respondeu: "Só sei que nada sei". Somos dois.

Desde então tô aqui, tentando responder a essa pergunta. Toda vez que preencho um cadastro pra criar login em algum lugar e me deparo com um "Quem sou eu", coloco sempre a mesma frase: "I'm one of those regular weird people", da Janis Joplin. Sou uma dessas pessoas estranhas comuns mesmo, não de uma estranhice muito...estranha. Mas se eu fosse responder como a Sofia de "O Mundo de Sofia" do Jostein Gaarder, me atentaria ao meu nome e às minhas características físicas. Ou então, faria como a Enriqueta nessa tira do Liniers:

Posso me descrever fisicamente, psicologicamente, posso dizer do que eu gosto e do que não gosto, mas tais características não dizem quem sou eu, apenas me definem. E o que é definir? "Definir é limitar", responderia Lord Henry do livro "O Retrato de Dorian Gray", do Oscar Wilde. Tá, procede, mas falando sério agora: o que é definição, afinal? Dicionário, onde estás? Apincelar, brochador (aquele que brocha livros, tive que parar pra ler esse), canabrás, definhar...DEFINIÇÃO! Achei. "S.f. 1. Ato ou efeito de definir(-se). 2. Expressão com que se define. 3. Explicação precisa; significação. 4. Exposição, descrição, enunciação. 5. Decisão, resolução. 6. Qualidade duma visão ou duma fotografia em que os detalhes são nítidos e os contrastes marcados. Ahn, entendi. E "definir"? Dentre outras coisas, diz o dicionário Aurélio que definir é "enunciar os atributos essenciais e específicos de (uma coisa), de modo que a torne inconfundível com outra". Sim, nossas características nos tornam únicos, mas quem somos nós? Eu deixaria de ser eu se tivesse nascido na Áustria? Eu seria menos eu se não fosse fã de Led Zeppelin, se não tivesse lido Simone de Beauvoir?

- Ana, tenho que escrever um texto pra profª de Filosofia. Ela quer saber quem sou eu e disse que a gente podia perguntar pros amigos. Me ajuda?
- Tenho que dizer como eu te vejo...mas fisicamente?
-  Na sua opinião, quem eu sou? Como eu sou? Se vem detalhe físico antes de psicológico, não importa...vai falando.
- Você sou eu com 50% a mais de nóias. Tem um senso de humor beeeeeeem peculiar, que nem eu... muito parecido...Ah, sei lá. Só sei comparar comigo... tipo, não sei falar só de você.

Pra Ana, sou ciumenta, sou branca demais ("você é bonita, mas quando usa branco...parece um copo de leite!"), passo a imagem de brava apesar de não ser e gosto de caras "estranhos". E talvez eu ouça essas mesmas coisas se perguntar pra qualquer outra amiga ou amigo quem sou eu. Ou não, como diria Caetano Veloso. Percebeu quão safada é a pergunta? Sócrates percebeu.

Marilena Chauí, no livro "Convite a Filosofia", diz o seguinte: "A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época. É instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências. O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e necessária de alguma coisa". Quando Sócrates saía pelas ruas e praças de Atenas pentelhando meio mundo perguntando "O que é isso?", "O que você tá fazendo?", "Você sabe o que é isso que você tá dizendo?", ele buscava uma definição, uma essência, um conceito. E ficava todo mundo inicialmente puto, depois curioso e por fim com cara de bunda, porque sacava que não sabia de nada. Por meio de perguntas simples, dentro de um determinado contexto, Sócrates primeiro fazia com que você, pela primeira vez na vida talvez, duvidasse daquilo que achava conhecer bem, dominar. Depois, fazia com que você por si só concebesse novo conceito a respeito do assunto em questão e, bingo, tava feito o "parto intelectual". O nome disso é maiêutica, que significa "dar à luz", pois Sócrates achava que o que ele fazia era semelhante a profissão da mãe dele, que era parteira. Ou seja, o conhecimento tá dentro de cada um de nós (mestre Yoda feelings), e são esses questionamentos que trazem ele a tona.

Lembra do "Conhece-te a ti mesmo" do Templo de Delfos e do quadro da profª? Sócrates acreditava que a gente deve se ocupar mais com nós mesmos do que com coisas como poder e riqueza, pois esse é o caminho pra encontrarmos a verdade. "É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscendência [...]. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com os outros e com o mundo", diz Josué Cândido da Silva, professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, BA no seu texto de filosofia na página do UOL Educação. Mas como, profº Josué? "[...] o estado de iluminação, de descoberta da verdade, não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante sobre minhas ações, atitudes - e de como posso modificá-las para me tornar uma pessoa melhor".

Então, se a pergunta "Quem sou eu?" caísse na Fuvest, a alternativa correta seria "todas as anteriores". Porque eu sou meu nome, a Sofia no espelho, a Enriqueta escrevendo lembrete caso tenha amnésia, a leitora de Beauvoir e a fã de Led Zeppelin. Sou a amiga branquela, bonita, ciumenta, com cara de brava e humor peculiar da Ana. Sou a "estranha comum" da Janis Joplin e mais um monte de coisas que não caberiam aqui, tudo junto e misturado nisto que me acostumei a chamar de EU. E ao me refletir no espelho como Sofia, mas por dentro, vejo todos os comportamentos bons e não tão bons, os conceitos e preconceitos que adquiri até hoje, o conhecimento que acumulei e as opiniões que formei e vou mudar ao longo da minha vida. E se conseguir me moldar, me aperfeiçoar até atingir o conceito, a idéia que tenho de mim, terei atingido minha verdade. Pois como disse Agrado, personagem do filme "Todo Sobre mi Madre", de Pedro Almodóvar, "una es más auténtica cuanto más se parece a lo que ha soñado de si misma".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O resumo do resumo

Chego na aula de Teoria Geral do Estado toda feliz. Finalmente consegui começar a ler o tal "Elementos de Teoria Geral do Estado", do Dalmo de Abreu Dallari, que o profº tinha pedido. Mais do que ler, ele pediu que a gente resumisse cada capítulo, entregando pra ele ao longo do semestre os fichamentos que valeriam, sei lá, meio ponto na média final. Não, não é meio ponto cada fichamento, mas meio ponto por TODOS eles. Pois é.

Mas tudo bem. Comecei a ler, tô entendendo tudo, até já comecei a sublinhar umas coisas que achei interessantes. Tô nesse pensamento de chegar na sala de aula e discutir tudo, esclarecer minhas dúvidas, debater com os colegas e tal quando o profº pede que a gente anote o que ele vai ditar. Tudo bem, na primeira aula ele tinha ditado bastante e lembro que até achei legal ele ter preparado tanta coisa pra passar pra gente. Mas eis que a primeira frase que ele dita eu reconheço de um dos parágrafos do texto lá do livro do Dallari. Igualzinho, sem tirar uma vírgula. E ele continua ditando e eu meio boquiaberta sem saber se continuava ou não, afinal, pra que diabos vou escrever DE NOVO o que já tenho no livro e vou resumir nos fichamentos? Quando ele pára, eu digo: "Mas profº, isso tá no livro do Dallari...". E ele: "Claro! Cê acha que eu invento as coisas que digo aqui?". Porra, eu ri porque fiquei sem ter o que dizer, de tão babaca que me senti. Sim, babaca. Porque se tô lendo o livro e resumindo cada capítulo pra escrever fichamentos por MEIO PONTO, o mínimo que eu esperava é que nas chamadas "aulas expositivas" a gente não seguisse direitinho o que tá escrito lá. E o que eu tô escrevendo de novo. E que vou escrever novamente quando chegar terça-feira na sala de aula e o profº começar a ditar tudo o que passei o fim de semana resumindo pros fichamentos dele. Deve ser alguma tática pra gente decorar o conteúdo.

Como se não bastasse, duas, três, quatro páginas que eu demorei um tempão pra resumir, com medo de deixar algum conceito relevante pra trás, o profº resume em três linhas. E passa por cima de tuuuuudo o que eu achava que a gente ia debater em sala de aula, de exemplos que poderiam ser citados, de notícias que a gente poderia usar pra ilustrar o que tá sendo explicado ali...CADÊ A AULA EXPOSITIVA, for fuck sake?!?!

Eu tenho numa pasta no computador, em PDF, os planos de aula de cada disciplina desse semestre. "Teoria Geral do Estado" aparece com a carga horária de 30h. Temos duas aulas dele por semana. Então, prefiro achar que é tudo culpa da pressa mesmo, muito conteúdo pra pouco tempo, sei lá. Mas não tive como deixar passar o fato de que, um ponto que é de grande destaque no primeiro capítulo do livro, sequer foi citado em sala de aula: a questão do poder social. Bem, o assunto é complexo mas vou tentar explicar (pelo menos pra isso vai servir os resumos ditados pelo profº): o primeiro capítulo do livro trata de sociedade, as teorias pro seu surgimento, as formas de organização, características, etc. O autor expõe as teorias do surgimento da sociedade como fenômeno natural - o homem como "animal político", dotado de instinto de sociabilidade, idéia defendida por Aristóteles, Cícero, São Tomás de Aquino entre outros - e como acordo de vontades, uma espécie de contrato hipoteticamente celebrado entre os homens - teoria oposta a do fundamento natural da sociedade e defendida por Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau. Só entre esses caras já existem grandes diferenças (as idéias de Hobbes são absolutistas, enquanto as de Rousseau são hoje consideradas fundamentos da democracia, isso tá no livro!), mas o profº passou batido.

A parada vai ficando complexa porque, uma vez que já sabemos quais as teorias pro surgimento da sociedade, já sabemos que essas teorias são opostas, e sabemos também que a aceitação geral é um misto das duas, agora a gente vai ver quais são os elementos característicos dessa sociedade. E é aí que o bicho pega. Diz o autor que são três os elementos necessários pra que um agrupamento seja reconhecido como sociedade: finalidade, manifestações de conjunto ordenadas e poder social. Aí ele vai explicar cada uma delas e leva exatas quatro páginas pra isso, pois cada elemento se desdobra em correntes de pensamentos que divergem entre si: dentro de finalidade, por exemplo, nós temos os deterministas e os finalistas; as tais manifestações de conjunto ordenadas devem possuir reiteração, adequação e, claro, ordem; e por último porém não menos importante, vem o conceito de poder social.

"O problema do poder é considerado por muitos como o mais importante para qualquer estudo da organização e do funcionamento da sociedade, havendo mesmo quem o considere o núcleo de todos os estudos sociais. Na verdade, seja qual for a época da história da Humanidade ou o grupo humano que se queira conhecer, será sempre indispensável que se dê especial atenção ao fenômeno do poder". Lembra o tal ponto de grande destaque no capítulo que eu disse que o profº simplesmente tinha ignorado na aula? Pois é. Ele virou pra gente e ditou o seguinte: "O poder social é NECESSÁRIO, pois sem poder não há ordem, o que por sua vez impossibilita manifestações de conjunto e inviabiliza o alcance da finalidade". Ou seja, sem poder não há sociedade. Ele fala pra gente que a finalidade da sociedade é o bem comum, que pra atingi-lo a sociedade precisa buscar uma ação harmoniosa e que, pra isso, é necessário que exista o poder. Ponto. Shut your fuck up. As características do poder e as teorias que negam a sua necessidade simplesmente não existem. "Ah, vocês já ouviram falar dos anarquistas, né? Aquele povo punk e tal...Quando a gente pensa em anarquismo, a gente pensa em que? Em caos!", e ficou por isso mesmo, só pra não dizer que não falou no assunto. Nada de Santo Agostinho, Proudhon, Marx, Bakunin, Kropotkin...Sendo que tá tudo lá no livro.

Dúvidas: ele não falou por que não pega bem estudante de Direito sair falando em Bakunin ou por que não tinha tempo mesmo pra continuar nesse capítulo? E, mais importante: eu posso pular essa parte no meu fichamento também, já que tudo não passa de resumo do resumo?

Só sei que não teve discussão nenhuma, não abri a boca, ninguém questionou nada, não teve exemplo nenhum, e ele disse que semana que vem a gente vai ver como surgiu o Estado. Mal posso esperar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ativar 'O que estou ouvindo'

Guardem bem esse nome: Ben l'oncle Soul. O som é MARAVILHOSO! Desde que soube da existência desse ser (thanks to Joy!), as músicas dele não saem do meu player. Encontrei pra download um EP de 2009 e um álbum de 2010 no blog Música e Cerveja. Quando ouço esse cara, penso na Amy Winehouse antes das dorgas, com um pouco de Corinne Bailey Rae e uma pitada de Al Green. Lindo demais. Eis uma das minhas favoritas, cover de "Aqua" (isso mesmo!):