quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Empty Walls

Não curto muito System of a Down e tava completamente por fora da carreira solo do vocalista deles, o Serj Tankian. Vi o show deles no Rock in Rio e curti bastante, mas sempre admirei a banda (ou o Serj) pelo engajamento político presente nas letras.
O vídeo de "Empty Walls" é autoexplicativo: o ataque às torres gêmeas, a invasão do Iraque, a queda do Saddam Hussein, a prisão de civis, tortura, morte. Encenado por crianças. Fazia tempo que um clipe não me arrepiava desse jeito.

"Don't waste your time,
On coffins today...
"
"Empty Walls" é faixa do álbum "Elect the Dead", de 2007. 


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

The dream is over

Parece melancolia mas é só Hemingway.
"Coelhinha, não vamos mais para Madri". E as lágrimas rolaram. Sabia! Qué puta es la guerra. Que putos são os finais infelizes.
Não entendo de guerra e espero nunca entender, mas se tem uma coisa da qual eu manjo é de plano feito pra não dar certo, pra sequer ser posto em prática, aquelas coisas com as quais a gente devaneia numa tarde quente e vadia como a de hoje.
Que um dia ele viria conhecer sua casa, que um dia ela conheceria seus dotes culinários, que no futuro vocês falariam de Van Gogh e Guy Ritchie e de blues, tomando cerveja e fazendo mais planos como se houvesse um futuro a ser compartilhado.
Robert Jordan sabia que a probabilidade de não haver um futuro era grande quando conheceu Maria, mas mesmo assim se apaixonou por ela. Essas coisas a gente não planeja. Mas o DEPOIS da missão, o hotel em Madri, o restaurante, os passeios que fariam, as roupas que compraria pra ela, o penteado a la Greta Garbo que ela usaria para o agradar...Não, coelhinha, não vamos mais a Madri. E é injusto, sabe? É injusto pra quem fica. Pra quem nem tava pensando em tardes vadias, hotéis madrilenhos, Garbo e restaurantes, cerveja e whisky, e de repente, se vê sonhando acordado com tudo isso, e adicionando mais detalhes, mais cores no quadro, até que tudo fica tão perfeito, tão a cara dos dois, que se torna palpável, quase real. QUASE. Até o outro acordar, te pegar pelos ombros, olhar nos seus olhos e dizer "Nós não vamos mais, você precisa continuar sem mim".
E se continua, embora se olhe pra trás once in a while, como fez Maria, amparada por Pablo e Pilar, com olhos marejados e vontade de ficar. "Você tem que ir porque onde você estiver, eu vou estar".
Um pouco de Robert Jordan sobreviveu em Maria, mas um pouco de Maria morreu com Jordan. E embora ambos tenham vivido intensamente os poucos dias que tiveram juntos em meio a guerra civil espanhola, o começo do fim não foi o arrebatamento do amor à primeira vista, ou a sensação de o chão se mover em meio ao êxtase do sexo. Foi na última noite juntos, compartilhando o saco de dormir, as atrocidades da guerra e os planos pruma vida fora dali que nunca iriam se concretizar.
Um pouco de nós morre com os sonhos a dois que se desfazem, embora os sonhos mortos dêem lugar a "sonhos de carreira solo", com cores berrantes ou suaves, cenários simples ou pomposos. Mas um pouco do outro fica com a gente onde quer que a gente vá. Talvez só até o fim da guerra, talvez pra sempre. Pra alguns, um fardo. Pra outros, uma lição.
"Não iremos para Madri agora, mas vou estar sempre contigo". Ela sabe que sim, e é isso que torna tudo pior. Os destinos que haviam se cruzado, se separam. Mais um tempo e ambos se verão no estado de antes. Robert Jordan, Maria, eu, você, todos nós, juntando os pedaços, os sonhos, as lembranças e começando tudo de novo. Qué puta es la vida.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

In my life


"[...] But of all these friends and lovers
There is no one compared with you
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new
Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before
I know I'll often stop and think about them
In my life I love you more [...]"

Essa versão do Cash pra uma das minhas músicas favoritas dos Beatles tá no álbum "American IV - The Man Comes Around", lançado em 2002. Cash morreu menos de um ano depois, o que dá pra essas últimas gravações um tom lúgubre, triste.
Nesse álbum, ainda tem "Hurt", "Bridge over troubled water" e uma das mais lindas canções que já ouvi: "The First Time Ever I Saw your Face". Mas essa eu posto aqui outro dia.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Autor (des)conhecido

"As Melhores Mulheres pertencem aos homens mais atrevidos.
Mulheres são como maçãs em árvores.
As melhores estão no topo.
Os homens não querem alcançar essas boas,
porque eles têm medo de cair e se machucar.
Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,
que não são boas como as do topo,
mas são fáceis de se conseguir.
Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas,
quando na verdade, ELES estão errados...
Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar,
aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.
"
Joga no Google "Mulheres do topo da árvore". Viu quantos resultados? Pois é. E pode clicar em cada um deles que o autor a quem atribuem tamanha asneira continuará sendo o mesmo: Machado de Assis.
Mas repare que em lugar nenhum (acreditem, eu vasculhei cada um desses sites!), NENHUM!, cita-se a obra em que tal bobagem está. Até que no Wikiquote encontrei citação com o nome da obra de onde supostamente saiu essa babaquice: o conto "Almas Agradecidas".
Beleza, vamos checar. Primeiro: o tal conto existe? Sim. É do Machado? É. Conto avulso, de 1871, tá aqui.
Agora vamos procurar no conto ao menos um trecho que seja desse besteirol, talvez o precursor da idéia da mulher-fruta. NADA, cara. NEM SINAL.
O conto é muito legal, assim como tudo que o "Bruxo do Cosme Velho" escreveu. Meu escritor favorito desde os tempos de Ensino Médio, devorei cada romance, cada conto dele. Como não me recordava de já ter lido este, li. Narra a história de dois amigos, Oliveira e Magalhães, que se apaixonam pela mesma mulher. Na verdade, o apaixonado era o Oliveira, mas o Magalhães, que a gente saca desde o começo que é um daqueles caras espertos, que conquistam todo mundo com lábia e simpatia, dá uma rasteira básica no amigo otário e fica com a donzela. Detalhe: a amizade dos dois continua firme e forte, mesmo quando o Magalhães casa com a moça ("Foram amigos até à morte, posto que Oliveira não freqüentasse a casa de Magalhães").
Voltando à história lá das mulheres do topo da árvore, o que me deixou besta foi a criatividade de quem escreveu isso pegando emprestada uma idéia do Machado expressa nesse conto do Magalhães e do Oliveira. O mais próximo que Machado de Assis fala de mulheres fáceis no texto é no seguinte trecho:
 "[...] Oliveira nenhuma demonstração dera até ali à moça, que se conservava ignorante do que se passava dentro dele; e se assim praticava, era por um excesso de timidez, fruto de suas proezas com mulheres de outra classe.
Nada intimida mais a um conquistador de mulheres fáceis do que a ignorância e a inocência de uma donzela de dezessete anos.
"
Oliveira mantinha seu amor em segredo por não saber lidar com outra classe de mulheres que não as fáceis. Tinha medo da reação da moça, não sabia o que esperar. A tal moça, Cecília, tinha dezessete anos, era inexperiente ("ignorância e inocência") e desconhecia as intenções do cara. Acreditem: conferi cada conto, cada romance do Machado e não encontrei nada parecido com "As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos". E a criatividade torta da pessoa que escreveu toda essa baboseira de mulher-maçã tem o seu momento de brilhantismo justamente nessa frase, afinal, o atrevimento do Magalhães foi o que garantiu seu final feliz com Cecília, moça jovem, bonita, e de boa família, o que faz dela a maçã do topo da árvore. O Oliveira, poor fella, era covarde demais pra escalar a macieira, pois passou tanto tempo pegando as maçãs caídas pra evitar a fadiga que só a idéia de levar um tombo já era suficiente pra paralisá-lo de medo. Assim, se fôssemos resumir o conto numa só frase, essa do atrevimento seria uma boa. Mas o(a) autor(a) teve que estragar tudo e se prolongar numa analogia mulheres-são-como-maçãs digna de filosofia de botequim que nem em sonho sairia da cabeça do Machado de Assis. Perdeu excelente oportunidade de ficar calado(a).
Então, você encalhada que gosta de justificar o seu "foreveralonismo" com essa coisa toda de "sou-difícil-e-estou-esperando-o-homem-certo-vir-me-conquistar" pode continuar usando esse textinho besta como argumento. Mas, PLEASE, pare de dizer que é do Machado de Assis. Afinal, mulher tão bem resolvida assim não precisa atribuir citações erroneamente pra fazer valer seu ponto de vista, certo?

Exemplo de citação feita corretamente

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Depois



[...] Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois [...]

Esse disco novo da Marisa Monte tá tão gostoso de ouvir que merece um post com direito à análise faixa a faixa. Vou providenciar. ;-) 


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

...And now for something completely different

JURO que o assunto era outro. Mas é que minha cabeça funciona de um jeito estranho. Explico.
Acessei o Facebook e me deparei com isso:


AMO o House, AMO o Hugh Laurie...Mas não engoli essa de que a frase foi proferida pelo ilmo. doutor. Joguei no Google: a maioria dos resultados apontava pro Caio Fernando Abreu. Cá entre nós, Caio Fernando, Clarice Lispector e Arnaldo Jabor são só alguns dos muitos autores a quem gente idiota gosta de atribuir textos e frases bestas. E era esse o mote desse post: retomar o assunto do "autor desconhecido", textos e frases atribuídas erroneamente pela web e que as pessoas passam adiante sem nem se importar em checar se a informação procede. Isso começou por causa de um texto que me irrita profundamente e que atribuem ao Machado de Assis. Aí me deparei com essa do House e vi que o negócio tá ficando grave.
Disposta a descobrir de quem é a bendita frase (porque ultimamente ela tem feito até que muito sentido na minha vida...), vasculhei Wikipedia, Wikiquote e um site com obras do Caio Fernando Abreu. E NÃO, não achei a frase. Pelo menos não achei nas obras em que procurei. Mas me deparei com a seguinte citação:
"O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo (a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER."
Resolvi conferir se era do Caio e era mesmo. Procurei no livro "Pequenas Epifanias" e tá lá a crônica, que por sinal É LIIIIIIINDA!!! Vou transcrevê-la aqui porque, sério, me fez desejar tê-la escrito. Não era esse o assunto do post, não falei de autor desconhecido, do texto tosco que dizem que é do Machado...Mas vê se a crônica não é mesmo uma lindeza:

EXTREMOS DA PAIXÃO
"Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo..."
Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo (a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo (a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.
Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: "Se você não me amar, eu matarei o presidente". E deu um tiro em Ronald Reagan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.
No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.
Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolos em face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.
Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.
Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.
O Estado de S. Paulo, 8/7/1986 

Eu também, Caio. Eu também...
O link pra baixar essa e outras obras do Caio tá aqui. O texto tosco que dizem que é do Machado e toda essa história de autores (des)conhecidos fica prum próximo post.
Lembrando que a frase que deu origem a esse post, seja do House, do Caio, da Clarice, de Aristóteles...É a mais pura verdade. Não consigo desapegar, sou péssima nesses joguetes de gruda-que-ele(a)-pisa/pisa-que-ele(a)-gruda...Mas "everybody plays the game/ and if you don't you're called insane...". E não fui eu quem disse isso. Foram os Strokes.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estudando direito

Meu amigo e colega de curso Eltoniz Martins chamou pra si a responsa de criar um blog que servisse pra reunir num só lugar tudo o que fosse de interesse da nossa turma de futuros bacharéis.
No Estudando Direito ele disponibiliza pra download as obras estudadas por nós, bem como as atividades que os professores nos pedem e os assuntos que foram temas de debates em sala de aula.
Infelizmente, não são todos que participam ativamente da manutenção do blog. Uma pena, porque a atitude é louvável e um canal de comunicação como esse é sempre muito útil. Eu mesma já recorri a ele algumas vezes.
Então, eis um post para apresentá-lo formalmente aos que acessam aqui. Um link pra ele também vai ser disponibilizado na seção "Navegar é preciso" e, sempre que der, vou citá-lo aqui na disciplina "Dixi", pois, como disse, ele reúne dicas bacanas pra quem quer estudar direito o Direito. Sacaram? ;-D
Acessem e sintam-se à vontade pra comentar. O Eltoniz é gente fina, não vai se importar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Diva abandonada

AMO Marilyn Monroe. Não sei se já falei aqui que gosto de mulheres problemáticas...
A verdade é que a vida da Marilyn não foi fácil, e se tornar famosa, uma "bombshell" platinada que despertava nos homens um quê de lobo-da-estepe-faminto-que-avista-uma-lebre, só piorou tudo. Ela não era a loira bonita, estúpida e sem talento que todos achavam, mas também não era forte o suficiente pra aguentar sozinha tudo pelo que passava. História triste com um final mais triste ainda...
O título do post se refere ao livro "Divas Abandonadas", da jornalista Teté Ribeiro. Não gosto desse livro (fico devendo a resenha dele pra explicar o porquê), mas ele fala da Marilyn e de outras mulheres "poderosas" que sofreram por amor e perderam a dignidade e até a vida por causa disso. Mulheres que amavam demais, sofreram demais, sentiram demais. E esse foi o único pecado delas.
Aqui, eu tenho um livro sobre a Marilyn chamado "Marilyn - Retrato de uma estrela", esse sim dando ao menos pistas do quão complexa e cheia de neuras era essa mulher. Ainda assim, insatisfeita com só duas fontes de informação, tentei pegar uma biografia dela na biblioteca da faculdade, mas a pessoa que está com ele não o devolve. Que morra.
O assunto do post não é nenhum livro a respeito da Marilyn, mas FILME sobre ela. "My week with Marilyn", com a Michelle Williams interpretando minha deusa. Mal posso esperar pra assistir. Eis o trailer:



domingo, 23 de outubro de 2011

"I've got the world on a string..."

Uma vez, li num horóscopo qualquer que leoninos tem tendência a megalomania.
Megalomania:  "transtorno psicológico no qual o doente tem ilusões de grandeza, poder e superioridade".
Recentemente, enfurecida por um motivo qualquer, exigindo retratações que não cabiam, de pessoa que não me devia nem deve nada, ouvi "Sabe, o mundo não gira ao redor de nós dois. Você tem que parar de achar que tudo o que acontece está, de forma direta ou indireta, ligada a você."
Pela primeira vez em muito tempo fiquei sem argumentos. Calei diante daquele que sempre julguei inferior, estúpido, indigno da minha atenção e que, justamente por isso, devia agradecer aos céus todos os dias por ainda tê-la, ao invés de me dirigir palavras tão rudes. Mas ele tinha motivos. E, pior, ele tinha razão.
Uma frase solta num texto qualquer do seu blog: vou achar que foi pra mim. Indireta em rede social: só pode estar falando de mim. Qualquer crítica, qualquer ofensa, mesmo que velada, qualquer alfinetada...Ou mesmo seu silêncio. É pra mim.
E cansa, sabe? É exaustivo disfarçar, falar com você depois fingindo que não sei de nada, que vi a indireta mas não dei importância porque LÓGICO, não foi pra mim. Cansa tanto quanto chegar em você depois e perguntar: "Foi pra mim aquilo?", e ter que ouvir o de sempre: "O quê? Tá louca?! E eu tenho motivo pra isso?!" e blah blah fucking blah.
Não, eu não acredito em horóscopo. Queria muito acreditar, mas não. E também não acredito em textos formados por frases desconexas que só fazem sentido pra quem os escreve, poemas que não rimam, filmes com finais felizes, amor à primeira vista e dietas milagrosas de revistas femininas. Ainda assim me considero ingênua, go figure. Ingênua por acreditar na bondade humana, por acreditar na possibilidade de finais felizes, por enxergar beleza em poemas que não rimam e em textos formados por frases desconexas. Por acreditar no seu abraço depois do riso fingido provocado por algo que eu disse e a sua amizade oferecida "até quando durar". Ou quando você diz que gosta de mim porque sou de lua e você gosta da lua...
E sabe por que acredito? Por acreditar que te faço bem e, por isso, te faço falta quando não reservo [ou desperdiço?] algumas horas do meu dia pra falar com você. Por crer que, aquilo que você cala e julga que ninguém nunca vai saber, eu sei. Por ver em você algo que ninguém mais vê, atribuir um valor que ninguém atribui. Mas afinal, você é? Você vale? Você existe? Talvez seja melhor nunca saber.
Não é megalomania isso. Me julgo melhor que muita gente, sim, big deal. Mas isso só porque acredito que, uma vez que somos únicos, existem melhores e piores de nós por aí. A justiça serve pra igualar no tocante aos direitos, "tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade, na medida em que se desigualam", mas você é você [azar o seu] e eu sou eu [sorte a minha].
Só queria que entendessem que tenho plena ciência de que meus defeitos são muitos e que enxergo um pouco deles em cada gesto de indiferença, em cada riso amarelo, abraço sem vontade, diálogo monossilábico, mesmo que não sejam pra mim e que meus defeitos não sejam o motivo. E que se reclamo, e exijo, e sou rude, briguenta, pain in the ass mesmo, é porque me importo. Porque não quero "enquanto durar", quero pra sempre. Quero o extremo, o exagerado, o que transborda, o infinito e além. E porque eu quero de volta o que dou. Seja abraço apertado, riso solto, texto de amor de madrugada; seja reclamação, rompante de ciúmes ou exigências descabidas.
Talvez meu quê de megalomaníaca esteja justamente aí: em vê-los pequenos por serem contidos demais, discretos demais, introvertidos demais. Ilusão de grandeza por ser tragédia grega enquanto vocês são stand-up comedy. Deixa. A perda é maior pra quem tem asas e não voa por medo de altura do que pra quem não tem e pula do penhasco achando que pode voar. Ao menos "falling feels like flying for a little while".

Fonte: Quoteskine

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pra quê?


"Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas?
Pra quê amendoeiras pelas ruas?
Para quê servem as ruas
Depois de ter você? [...]"


Alive 'n kicking

Nossa, um mês sem dar as caras por aqui...My bad. Faculdade tomando mais do meu tempo do que eu imaginava. Depois falo mais disso, inclusive. Afinal, a "disciplina" sobre os percalços da vida de estudante de Direito anda meio abandonada...O blog todo aliás. Darei um jeito nisso em breve, prometo. Assunto tem, o problema é a preguiiiiça...

Hoje fui à biblioteca da universidade pegar um livro de Direito Civil pra fazer uma atividade sobre "pessoa jurídica" (boring), e acabei dando uma olhadinha nuns livros de ficção que eles colocam lááá nas estantes do fundo. Hemingway, Umberto Eco, Tolstói...Peguei um de contos do Voltaire.

Depois, conversando com um amigo via messenger, ele me pediu pra indicar um bom livro pra ele e eu vacilei na resposta. Pois é. Prefiro pensar que não foi nenhum tipo de "branco", mas sim por saber que não podia indicar nada muito difícil pra pessoa, sei lá. Lembro que falei "LÊ OSCAR WILDE!", felizona da vida (falei pra ele ler "O retrato de Dorian Gray), e ele "Já li...". Aposto que só viu o filme. Tsc. Costumo testar a pessoa, perguntando coisas do livro só pra ver se ela leu mesmo, mas com esse amigo nem vale a pena...Enfim, indiquei um do Saramago que sei que ele não vai ler. Ele é do tipo que lê, sei lá, "Game of Thrones", ou algum mangá do caralho a quatro. Foda-se ele. 

É que falar de Wilde me lembrou um sketch do Monty Python, que por sua vez me lembrou que nunca falei deles por aqui, então resolvi postar o tal sketch e o link prum site maravilhoso que disponibiliza pra download todos os episódios do Monty Python's Flying Circus que tanto faz minha alegria.


A propósito, tem sempre algum imbecil que posta no perfil do orkut (R.I.P. Orkut) "Falem bem, falem mal, mas falem de mim", ou alguma variação idiota dessa frase, atribuindo a mesma a Wilde, quando na verdade o que ele disse foi isso aí do sketch: "Só há uma coisa no mundo pior do que ser falado: é não ser falado". Ando intolerante com essas paradas de citações descontextualizadas ou completamente equivocadas, como um tal texto chamado "Mulheres do topo da árvore", atribuído ao meu ídolo Machado de Assis. Ele nunca escreveu aquela bobagem. Mas eu falo disso outro dia. ;)

Só queria postar algo do Monty Python aqui porque tava precisando de umas risadas. Prometo um post com mais detalhes sobre Monty Python e mais links pra download em breve.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

What a (fucked up) girl wants

Eu podia continuar me lamuriando. Podia chorar entre um capítulo e outro do livro de Economia, tentando estudar pra prova de daqui a pouco, numa autocomiseração da porra. Enfim, podia escolher um filme piegas de amor e passar a noite fazendo comparações com a minha vida amorosa patética. Mas não. 
Escolhi um pedação de bolo de chocolate, um copo gigante de coca-cola e...MACHETE.


E querem saber? Me sinto muito melhor agora. ;-)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rest in peace...

Fonte da imagem: Deadline.com
...Andy Whitfield. Já tinha falado dele aqui quando declarei meu amor pelo seriado "Spartacus", e mencionei que ele havia iniciado tratamento contra um câncer, motivo pelo qual não ia participar da segunda temporada da série. Pois é. Infelizmente, após 18 meses de luta, Andy faleceu na manhã do domingo, 11, aos 39 anos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

It's a kind of magic

Farrokh Bulsara, ou FREDDIE MERCURY, faria 65 anos ontem e, dentre as muitas homenagens, o canal oficial do Queen no Youtube divulgou o show da banda no estádio de Wembley, em 1986, na íntegra. Foi do material divulgado em homenagem ao Freddie que eu tirei esse vídeo aqui:


Quase no fim do vídeo, quando o entrevistador pergunta como ele acha que será lembrado, ele diz "Dead and gone", e depois diz que não sabe, nunca pensou nisso e que isso é "com eles" (a gente). E completa "Quando eu estiver morto, quem se importa? Eu não". 
Pois é, Freddie. Você nos deixou em 1991 e a gente se importa, sim. E sente muito a sua falta.

Happy Birthday, Freddie. We miss you.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ah, se eu soubesse...

"...Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz
Mas acontece que eu sorri para ti
E aí larari larara lariri, lariri
...
"


Devia estar resumindo "Ética a Nicômaco" pra aula de Filosofia do Direito. Mas acontece que eu ouvi essa música e aí larari larara lariri...♥

"Jeremiah was a bullfrog...


...Was a good friend of mine
I never understood a single word he said
But I helped him a-drink his wine
And he always had some mighty fine wine..."


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Atualizações da versão 2.8

Pensei em um monte de coisa pra escrever aqui, mas nenhuma me agradou. É aquele bloqueio básico de volta, junto com a insônia e a gastrite. E essa spleen sobre a qual falava o poeta, que atualmente é conhecida simplesmente como "bode", podendo dar lugar a um anglicismo besta, tipo "não tô no mood".
Sobrevivi aos 27 anos, tenho quem goste de mim, meus 12 gatos estão bem, tenho dinheiro, um projeto de pesquisa com bolsa CNPq e um Vade Mecum da Saraiva. Ah, hoje comprei aquele livro do Beccaria também, "Dos delitos e das penas". Mas...
E, antes que entremos no "Mas...", eu lembro que tenho é que esquecer do que me aborrece/emputece/entristece, pensar no que tá rolando de bom e no que ainda está por vir e let it be. O que vem depois da porra do "Mas..." é consequência das minhas burrices e é fácil resolver. É só parar. Como eu vi num filme ou seriado looong time ago: o cara pra exemplificar como se resolve esse tipo de coisa [coisa que não expliquei o que é que não vem ao caso] contava a piada de um cara que ia ao médico e dizia: "Doutor, toda vez que faço assim, dói". E o médico respondia, "Ora, então não faça". Sendo assim, deixemos guardadinho o que viria depois desse "Mas...", aproveitemos esse friozinho bom pra ficar debaixo das nossas 789 cobertas com nosso amigo Beccaria e esperemos Morfeu ao som de Strokes:


"[...] Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you [...]"
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta
.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga “Isso é meu”,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a lhe desejar.

Victor Hugo                                     

Achou parecido com alguma música? Aposto que foi essa daqui ;)


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Back to Black

"This ache in my chest...As my day is done now...The dark covers me and I cannot run now..." E depois, quando vem o refrão, os olhos da gente marejam enquanto ela diz resignada e triste "And I wake up alone". Pra mim, foi como ter viajado no tempo, voltado pra era de ouro da Motown, estar ouvindo Sarah Vaughan. É soul. TEM soul. E quando vi a foto, não acreditei. "Mas ela é branca!" e lembrei da Janis, branca com alma negra, swing negro, "black soul". Conheci Amy Winehouse.
Ouvi "Back to Black" inteirinho depois que a Ana me mostrou "Wake up Alone". Na minha cabeça vinha aquele disco da Alanis Morissette "Jagged Little Pill", que causou burburinho por ser extremamente autobiográfico, por causa daquela música que ela fez pro ex. "Back to Black" é assim. "The rise and fall of...", saca? Tem história ali que você sabe que ninguém seria capaz de escrever e cantar senão tivesse sentido na pele. Tipo, "Não vou pra Rehab porque You Know I'm no Good and Me and Mr. Jones não podemos ser Just Friends, então I'm Back to Black porque Love is a Losing Game e I Wake up Alone mas My Tears Dry on their Own", e por aí vai. Por esse álbum, Amy foi indicada a seis Grammy, dos quais ganhou cinco. Aí já viu: a máquina de moer gente chamada SUCESSO foi ligada.
 
Amy amava Blake. Tinha o nome dele tatuado no peito e tudo. Sabe quando a gente tá apaixonado e só fala na pessoa? Ela era assim: a única entrevista que li dela foi decepcionante, ela não concatenava as idéias, mal formava frases. Era all about Blake. Já era de se esperar, afinal o "Back to Black" é sobre a história dela com o Blake.
Então Amy e Blake terminam. De novo. Na verdade, nem a mídia sensacionalista (redundante?) consegue mais acompanhar e dizer quando eles estão juntos ou separados. E Amy despenca. É vista correndo de sutiã, chorando na rua, com a nariz branco de cocaína. Cai na saída do pub e perde alguns dentes. Fuma crack na balada. Amy definha. Os shows são catastróficos. A família começa a se manifestar publicamente, falando que a filha está com os dias contados. Amy vai pra Rehab. No, no, no. Já saiu. Está namorando. Quer ter filhos. Vai fazer turnê. Quando anunciaram os shows da turnê aqui no Brasil, Ana e eu não nos empolgamos. Os ingressos eram caríssimos, ia rolar a famigerada área VIP e, pelo restropecto de apresentações da cantora, resolvemos não arriscar. Quando a ouvi pela primeira vez não imaginava que ia dizer isso, mas a realidade agora era outra: corria-se o risco de jogar dinheiro fora. As apresentações foram ruins, mas nada comparado ao que veio depois. Na Sérvia o bicho pegou e ela saiu vaiadíssima. Nem terminou o show. E resolveu interromper as apresentações, dar um tempo.

Sábado, 23 de julho, Amy morreu. Tinha 27 anos. Não demorou pra que começassem a falar um monte de bobagens: teorias conspiratórias, campanhas anti-drogas e aquela coisa toda de "que Amy sirva de exemplo!" e blah blah fucking blah. Sim, ela era doente e precisava de ajuda. Mas como o André Barcinski falou em seu blog, não é fácil prum artista se retirar de cena pra se tratar quando tanta gente depende direta e indiretamente do trabalho dele. E, infelizmente, o que nos restou foi ver Amy se autodestruindo, sentindo tudo e tanto e tão forte até não sentir mais nada. Como uma estrela que se consome em sua própria energia e entra em colapso, deixando só seu brilho pra admirarmos atônitos, sem pensar em quão mórbido é esse espetáculo chamado "Fim". A supernova do soul explodindo no meu quarto quando ligo o som no talo pra ouvir "I Heard Love is Blind" ou "Fuck me Pumps". E justo ela que cantava tão lindamente "I can't help you if you doooon't help yourseeeelf..." se deixou levar pelo que chamaram de sensação de "falso poder e controle efêmero" das drogas. Começa a usar pra calar o coração e a dependência passa a ser física. Usa pra calar o coração e parar a tremedeira. Usa pra relaxar. Pra ter paz. Pra não pensar, não sofrer, não sentir, quando era esse sentir que falava através do seu dom.

"Morrer é radical demais, silencioso demais, vazio demais" como disse a Zélia Duncan. Fora a sensação de "The dream is over" que fica, como quando o disco acaba e o display zera. Seus 27 anos em 27 minutos e Amy não chegaria viva ao fim da nona faixa de "Back to Black". Mas vendo o mundo como um palco (e não é?), a vida da Amy foi um daqueles shows em que o começo é morno mas o fim surpreendente: ela cantou as favoritas do público mas muitas vezes se recusou a seguir o setlist. Foi aplaudida e vaiada. As luzes se apagaram e acenderam diversas vezes naquelas saídas de cena que são só fingimento. Até que ela simplesmente saiu. E foi embora sem dar bis.


*Crédito das imagens: Terry Richardson's Diary

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sunday moody sunday

Domingo de sol e você chegou mais cedo do que eu esperava. De mochila e skate, o que me alegrou mais ainda: sinal de que você veio pra passar o dia e a noite comigo. 

Vem que vou te apresentar pros meus gatos: esse aqui é o Gizmo. É, ele não é muito sociável. Essa daí? Eu chamo ela de Chata porque ela parece com uma gata que eu tinha que se chamava Chata, e porque ela morde as mãos da gente quando quer carinho nas bochechas. Aquele ali é o meu gato preto que a gente chama de "Mofo". Don't ask. Essa é a mais velha da casa e a felina-dos-olhos da família. Acho que ela gostou de você. É, são muitos. Tão aproveitando o solzinho morno do inverno. Meu quintal é o mais lindo do mundo com tanto gato espreguiçando. 
Mas vem, vem entrando. Vâmo lá pra cima. Deixa a mochila e o skate no meu quarto, a gente vai pro parque depois do almoço. Minha mãe fez lasanha e eu comprei daquela cerveja que você gosta. Ali é o quarto da minha irmã, aqui o banheiro e aqui é o meu quarto. Legal, né? Maior que o seu, e sem aqueles posters do Iron e do Cobain. Quer ouvir o quê? AC/DC? Vâmo ouvir Stones? Hoje o dia tá com cara de Stones. Não, não. Tá com cara de Beatles, com esse sol, esse céu e todo esse clima de "I wanna hold your hand". Ó meu ingresso do show do Paul. Foi foda lindo esse dia, nunca vou esquecer. Faltou você lá. É, tem livro pra caralho aqui. Vê aí se tem algum que você queira emprestado. Livro, DVD, CD...Só escolher. Se eu li todos? Todo mundo me pergunta isso. Li a maioria. Só não li as enciclopédias e dicionários, óbvio. 
Pega esse do Van Gogh e traz aqui pra cama. Pega essas HQs do Manara e do Alan Moore também. Van Gogh é um dos meus artistas favoritos. Olha esse quadro: "Starry Night". Numa noite estrelada, se eu tiro os óculos e olho pro céu, vejo as estrelas assim, sabia? E diziam que ele era louco...Ele só via as coisas de um jeito diferente. Acho que todo louco é assim. Deve ser chato ser normal então. "V for Vendetta" eu vi o filme também. Bem bacana, mas prefiro a HQ. Esse "Revolução" do Manara também é bem legal. Ninguém desenha mulher melhor que ele, são todas lindas, né? Vâmo almoçar? [...]
Ih, os shows começaram meio-dia. Já era. Onde é a pista de skate? Ah, não sabia que aqui não tinha. Tem no outro parque, mas tá em obras. Quer brincar vai pro playground ali, ó. Quero cerveja. É, eu vi a tiazinha com o cabelo moita armadíssimo viajando no som do Creedence. Éééé, eu vi que o all-star dela é igual ao meu. "É você amanhã" o cacete. Pára de rir. Ah, ainda vai ter mais duas bandas, não demos viagem perdida então.


Não precisa bancar meu guarda-costas dessa vez porque o bate-cabeça tá rolando só lá na frente. Quer ir? Eu fico aqui com minha irmã. Não conheço nada do Iron...Que música é essa? Ahn. [...]
Vâmo comprar uma pizza pro jantar? Duas, a outra - de brigadeiro - vai ser a sobremesa. Ai, olha um gatinho! É gatinha, porque tem três cores. Deixa eu levar pra casa? Tsc, como vocês são chatos. Tadinha da gatinha. [...]
Liga o pc e vai passando os vídeos e as fotos enquanto eu tomo um banho. Melhor, vem tomar banho comigo. Minha mãe fez sua cama na sala. Vâmo jogar videogame ou ver filme? Não, isso aí a gente só pode fazer quando todo mundo for dormir, besta. A gente assiste esse do Monty Python então. [...]
O dia tá amanhecendo, melhor você ir pra cama que minha mãe fez pra você. Não vai embora sem se despedir de mim. Também te amo. Precisa ir embora tão cedo? Fica pro almoço! Tá bom, vai. Eu vou com você até o ponto de ônibus. A gente podia fazer isso mais vezes, tipo todo fim de semana. Ah é. Esqueci.
 
Domingo de sol e como eu esperava você não apareceu. Não mandou mensagem, não ligou. Perdeu o quintal mais lindo do mundo, a lasanha, a cerveja. Os livros, CDs, DVDs e o show no parque. A pizza, o banho, o filme. A mim.

sábado, 23 de julho de 2011

Agrado

Aula sobre autenticidade:


"Una es más auténtica cuanto más se parece a lo que ha soñado de si misma."

Personagem "Agrado", vivida pela atriz Antonia San Juan no filme "Todo sobre mi madre", de Pedro Almodóvar. Já havia citado essa frase aqui no blog, quando tentei responder à pergunta "Quem sou eu?", proposta numa das aulas de Filosofia. Esse conceito de autenticidade mexeu comigo desde a primeira vez que vi esse filme. Afinal, se você se parece com o que sonha de si mesmo, você é de verdade, você é autêntico. Você não é o que os outros veem, ou aquela imagem que você cultiva cuidadosamente todos os dias, preocupado em fazer com que pensem de você aquilo que você quer que pensem. Por isso acredito, complementando o que a Agrado diz, que autenticidade não é só essa imagem sonhada de nós mesmos. É também o quanto dessa imagem conseguimos exteriorizar. É fazer com que todos vejam por fora o que a gente vê por dentro, na nossa cabeça. Aí sim, quando a realidade do outro for a mesma que eu sonhei de mim, serei completamente autêntica.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"...Que eu quero porque quero, por querer"


...Você pra mim é o sol da minha noite
É como a rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela à refulgir, do Poetinha
Você, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira
Você é como a luz do sol da vida
De Stevie Wonder, ó minha parceira...
"Todas elas juntas num só ser - Lenine"                        

Eis uma obra-prima do Lenine. Amo esse cara. Não dá pra acreditar que alguém seja capaz de compor algo tão maravilhoso sem estar realmente sob a influência de uma musa que é nada menos que a síntese de todas as musas inspiradoras do cancioneiro popular. Sim, cara: tem que tá muito apaixonado. E reparem na baixista: manda bem pra caralho.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ricardo Reis

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."

Ricardo Reis                                         


Pelo 123º aniversário do mestre Fernando Pessoa.

terça-feira, 7 de junho de 2011

The Story of STUFF

Lendo sobre o novo portátil da Sony e sobre o chinês que vendeu um dos rins pra comprar um Ipad 2, não tem como não pensar nessa loucura toda de bens de consumo que se tornam lixo cada vez mais rápido, do impacto que isso tem no planeta, nas relações de trabalho, na saúde, enfim, na nossa vida. Por que a gente faz tanta questão de trabalhar pra ter um videogame novo, um celular com câmera de um zilhão de megapixels, um netbook com HD de trocentos giga se daqui 6 meses tudo vai estar obsoleto e vamos querer trocar? Essa e muitas outras perguntas são respondidas nesse vídeo do projeto "The Story of Stuff", encabeçado pela ativista americana Annie Leonard, mais uma dessas almas abençoadas que se preocupam em fazer com que nós, simples mortais, enxerguemos além de nossos delírios consumistas e mundinhos de plástico made in China. Assistam os vídeos e acessem o site. O planeta agradece.


terça-feira, 24 de maio de 2011

"Survival is the best revenge"

"Supernatural" tá um porre (li que vai ter 7ª temporada, argh), "True Blood" ainda não voltou das férias...Andava sem opções de séries pra acompanhar. Tá certo que, recentemente, descobri "Drop Dead Diva" e ainda não terminei de assistir às temporadas anteriores de "Dexter", mas queria alguma coisa nova, sei lá.

E foi fuçando nesses sites de downloads atrás de novidades que encontrei "Spartacus - Blood and Sand". VI-CI-EEEEI!!! Não sei por que não dei a mínima antes! A história acredito que todo mundo conhece: um gladiador trácio que lidera uma revolta de escravos na Roma Antiga. Pois é. Mas os criadores da série tomaram a liberdade de mudar algumas coisinhas na história, deram um visual "300", colocaram bastante sangue, intriga, traições, homens grandes e fortes seminus, mulher pelada, muuuuito sexo e PRONTO: tava feito o seriado mais viciante e mais empolgante que já vi. Sério, só assistindo mesmo pra saber do que tô falando. Spartacus parece heroína de novela mexicana: só se fode. Até que, num determinado momento (não vou revelar muito; este post é spoiler free) ele levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...pero no mucho. A série volta pra sua segunda temporada em setembro. Pelo menos é o que dizem. Explico: o ator que interpreta Spartacus, Andy Whitfield, foi diagnosticado com câncer. A princípio, ele faria o tratamento e voltaria zerado pra continuar a saga do gladiador. Mas parece que o tal câncer é mais agressivo do que imaginavam, e contar com o Andy já não foi mais possível. Fiquei sabendo que o ator escolhido pra interpretar Spartacus na segunda temporada é o Liam McIntyre. Cute, mas sou mais o Andy. Pra acalmar os ânimos dos viciados como eu, lançaram uma prequel de "Spartacus - Blood and Sand" chamada de "Spartacus - Gods of the Arena". Ainda não assisti. Tô escrevendo essa "resenha" antes de assistir ao 11º dos 13 episódios da primeira temporada. Já era pra eu ter terminado, tava assistindo 3, 4 episódios seguidos. Mas quando vi que tava no final já, fiquei me segurando...Não queria que acabasse. =(

No elenco, Lucy Lawless (a Xenaaaa!) e o John Hannah, que todo mundo deve conhecer pelo filme "A Múmia". Os dois estão maravilhosos como Lucretia e Batiatus, o casal dono do "ludus" (uma espécie de campo de treinamento para a formação de gladiadores) onde Spartacus serve como escravo depois de capturado por desertar do exército romano. Esse trailer explica a idéia geral da série:


Ou seja, o cara é alistado à revelia pra guerrear ao lado do exército romano (ele é trácio, obrigado a lutar por Roma porque seu povo, assim como outros à época, está sob domínio romano), deserta quando vê que os romanos tão pouco se lixando pra vila dele, é capturado, separado da esposa gostosa, feito escravo e condenado à morte na arena. Escapa da morte mas não do treinamento foda de gladiador, e a todo momento tem sua resistência física e psicológica testada pelas mais diversas filhadaputices que os inimigos armam pra ele. Se ele reencontra a esposa e se vinga com gosto de todo mundo que o sacaneou? Só assistindo pra saber. Eu vou terminar. E assistir tudo de novo depois, e depois, e depois...

Stars

"I love you just the way you are
I'll have you just the way you are
I'll take you just the way you are
Does anyone love the way they are?
"


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Iniciativa popular

Uma das coisas bacanas de estudar Direito é que muito assunto antes considerado um porre passa a ser visto como interessante, bacana de discutir. Pra mim, um deles diz respeito a Constituição Federal.

A Constituição é a lei maior de um Estado democrático de Direito. Nossa Constituição data de 5 de outubro de 1988, ou seja, foi elaborada e promulgada pouco depois do fim da ditadura. Daí sua preocupação em garantir a cidadania e a dignidade da pessoa humana (eu sei, odeio essa expressão "pessoa humana" também, mas ela tá na Constituição e minha profª disse que não tem nada de errado, é um "reforço de expressão"). Atualmente, ela conta com 67 emendas, "modificações pontuais" que vão sendo feitas sem que seja necessária a convocação de uma nova Constituinte e elaboração de uma nova Carta Magna. Só pra vocês terem uma idéia, a Constituição norte-americana é de 1787 e tem 27 emendas. Brasileiro tem mania de complicar as coisas mesmo...

Mas eu não tô aqui pra falar da Constituição, nem da dignidade da pessoa humana (tema do meu projeto de pesquisa) nem nada. Na verdade, tem a ver com a Constituição SIM, mas não é sobre a história dela, e sim sobre um dos direitos que ela garante pra gente: a Iniciativa Popular. A Constituição assegura aos cidadãos brasileiros, dentre outras coisas, o direito de criar leis. Acredito que pouca gente saiba disso. Tudo bem que o processo não é lá tão fááácil (que processo no Brasil é fácil?), mas ei, É UM DIREITO NOSSO. Sinto um pouco de vergonha de dizer isso, mas até entrar no curso de Direito eu nunca tinha lido a Constituição. Sabia pouquíssima coisa sobre ela, assim como tinha uma vaaaga idéia de como funcionavam os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Como tô no começo do curso não posso dizer que domino o assunto já, né. Take it easy, folks.

O vídeo a seguir explica direitinho como é essa parada da Iniciativa Popular. Ações como essa, de explicar, esmiuçar e difundir assuntos tido como "complexos demais" pra maioria da população mas que são de interesse dela, a meu ver são EXTREMAMENTE IMPORTANTES e válidas. Sempre acreditei que se política fosse explicada dessa forma pras pessoas, desde o começo da vida escolar por exemplo, o conceito de cidadania seria melhor compreendido. A principal consequência disso é que ninguém votaria no Tiririca. Tenho vontade de pegar a Constituição toda e fazer algo no mesmo estilo desse vídeo e divulgar por aí. Nessas horas me baixa o Márcio Sno e não sai da minha cabeça o "se ninguém faz, façamos" dele. Afinal, não é de iniciativa que estamos falando?

The Greatest View

"[...] Considere o fato de que, por 3,8 bilhões de anos, um período maior que a idade das montanhas, rios e oceanos da Terra, cada um de seus ancestrais por parte de pai e de mãe foi suficientemente atraente para encontrar um parceiro, suficientemente saudável para se reproduzir e suficientemente abençoado pelo destino e pelas circunstâncias para viver o tempo necessário para isso. Nenhum de seus ancestrais foi esmagado, devorado, afogado, morto de fome, encalhado, aprisionado, ferido ou desviado de qualquer outra maneira da missão de fornecer uma carga minúscula de material genético ao parceiro certo, no momento certo, a fim de perpetuar a única sequência possível de combinações hereditárias capaz de resultar- enfim, espantosamente e por um breve tempo - em você."
Bill Bryson - Breve História de Quase Tudo

E vendo vídeos como esse a gente se dá conta do quão sortudos - e insignificantes - nós somos:

The Mountain from TSO Photography on Vimeo.

Dica da Ana Paula Brito.

domingo, 15 de maio de 2011

Waiting sucks

São vários os teaser-trailers da 4ª temporada de True Blood na net. Mas esse tem o Alcide mais gostoso que nunca...


"Alcide, stop making that noise!"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Justice has been done (?)

Pra pergunta "O que você estava fazendo no dia 11 de setembro de 2001, na hora dos ataques às torres gêmeas de Nova York?", todo mundo tem resposta. Foi o tipo de acontecimento que a gente nunca vai esquecer. Confesso que fui pessimista-catastrofista-paranóica-loca-loca-loca e disse que ia culminar numa 3ª Guerra Mundial, "Vamos todos morrer!!!" e aquela coisa toda. Sim, resultou em guerra: os EUA invadiram o Afeganistão, invadiram o Iraque, depuseram, prenderam, julgaram, condenaram e executaram o Saddam Hussein...Mas o cara por trás dos ataques, o terrorista que se tornou mundialmente conhecido por ter tido cojones de atacar o país do "exército mais poderoso do mundo", de ter iniciado essa guerra mas em solo norte-americano, escapou. Osama bin Laden, bem como as armas de destruição em massa que o presidente norte-americano à época, George W. Bush, acusou Saddam Hussein de armazenar, nunca foram encontrados. Pois bem, as armas do Saddam  ninguém sabe, ninguém viu. Mas hoje, quase 10 anos depois daquela manhã de 11 de setembro de 2001 que ninguém nunca vai esquecer, o atual presidente norte-americano, Barack Obama, fez o seguinte discurso:


Sim, my people: Osama bin Laden está morto. E eu tava na minha, curtindo meu fim de domingo perdendo tempo no Facebook, falando de futebol no MSN e ouvindo música quando soube. Depois foi uma chuva de tweets, muuuitas piadinhas à respeito, notícias desencontradas, traduções sofríveis...Mas ficou a certeza de que, tal como o 11 de setembro de 2001, a data de hoje também entra pra história. E não porque com o fim do Osama, a tal "Guerra contra o terror" também já era. Mas porque a morte do Osama anunciada dessa forma pelo presidente Barack Obama, em quem os americanos depositam tanta esperança e confiança, vem reforçar o patriotismo, dar uma revigorada na autoestima, tirar o pó do orgulho que o povo americano tem do seu way of life. Obama relembra o 11 de setembro, fala da guerra contra a Al-Qaeda, da fuga de bin Laden, dos anos de caça malsucedida, até a pista e os meses subsequentes de investigação que o levaram a autorizar uma missão de captura em solo paquistanês. Obama reafirma que a guerra à qual os EUA se lançaram após o 11/9 foi contra a Al-Qaeda e não contra o Islã, e que essa guerra ainda não acabou. Mas o presidente americano fala também de determinação, reforça o "Yes, we can" da sua campanha, fala pro povo americano que é a união e a certeza, a crença de que conseguirão atingir todos os objetivos aos quais se propõem que os fazem ser quem são. "America can do whatever we set our mind to. That’s the story of our history", ele diz. Obama chega até a se atrapalhar com algumas palavras no começo do discurso, tamanha a emoção de quem sabe que tá dando pro mundo uma notícia importante, a emoção de quem tá dando ao SEU povo, aos seus eleitores, a notícia da morte de alguém que lhes inflingiu tanta dor e medo, de uma forma até então desconhecida por eles. E termina dizendo: "Let us remember that we can do these things not just because of wealth or power, but because of who we are: one nation under God, indivisible, with liberty and justice for all" ("Lembremo-nos que podemos fazer tais coisas não por causa de riqueza ou poder, mas por causa de quem somos: uma nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos"). Mais patriota e "fuck yeah" impossível. Resta saber se, assim como afirmou Obama, a justiça foi realmente feita. Que bin Laden era um assassino em massa, não há dúvida. Mas as circunstâncias reais sob as quais ele foi localizado e morto, talvez nunca saibamos. E como os americanos gostam de dizer, "the devil is in the details".