segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Neruda

E vamos pra mais algumas falsas citações? Gostei dessa que vi no Facebook:


No entanto, segundo o site "Recanto das Letras", Neruda nunca disse isso. Também fiz minha pesquisa e nada encontrei. Mais uma que vai pro repertório do Autor Desconhecido.

Vou me abster de comentar a respeito da frase. Concordo, tem que ser reflexo, blah blah fuckin' blah. Meio óbvio. Ama quem te ama e esquece quem te esquece. Foda-se.

Mas o que me chamou a atenção é que, na semana em que vi essa citação, fez 40 anos que o Neruda morreu. Ele morreu dias depois do golpe de estado do Pinochet aquele puto, e assim como o aniversário do golpe não passou batido, o aniversário da morte dele também não. Pelo menos, diziam que era esse o intuito de geral compartilhando citação que não é dele nazinternétis naquele dia.

Uma homenagem, no entanto, me chamou a atenção. Diz que Gabo, meu amor, uma vez falou que Neruda foi o melhor poeta do século XX em qualquer idioma. Aí, a BBC reuniu repórteres dos 21 idiomas nos quais transmite o Serviço Mundial para recitar o Poema 15, uma das obras mais conhecidas do poeta chileno. E não é que Gabo tinha razão? Ficou lindo.



sábado, 21 de setembro de 2013

Fábio Jr. do Hard Rock

Interrompendo a série de posts programados, e ainda sob o efeito do show simplesmente FODA do Bon Jovi no Rock in Rio, aproveito a insônia (que hoje foi por um excelente motivo) pra postar aqui vídeos da minha música favorita - talvez a mais cafona do repertório da banda do Fábio Jr. do rock - que infelizmente não estava no setlist da apresentação de hoje.

Primeiro, a versão anos 80:



Agora a versão 2013:



E, finalmente, a versão hollywoodiana, com Ashton Kutcher e Amanda Peet no filme "A Lot Like Love" (De Repente é Amor):



"Quando você respirar, quero ser o ar pra você", "eu roubaria o Sol do céu pra você", se afogar em lágrimas, e coração sangrando e tudo o mais que faz essa música ser apaixonantemente cafona tá na letra com tradução aqui.

O show da banda essa noite foi muito bom, com direito a fã no palco ganhando selinho e tudo. Tudo bem que era só metade da banda, né, já que o Sambora foi demitido e o Tico Torres teve complicações com a apendicite. Mas  eu curti, e acredito que os fãs que estavam lá também.

Vou esperar as apresentações do John Mayer e do Bruce Springsteen no sábado à noite pra fazer um post só sobre o festival.


sábado, 14 de setembro de 2013

Currículos invejáveis


E não é que "o filho do Homem" tem um currículo e tanto? A pessoa responsável por esse gif-cv (que virou modinha nazinternétis) merece um prêmio. Vejamos outros gif-cvs criativos:




É muita criatividade.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Seis músicas

Ainda no tema "playlists", tive a sorte de conhecer o "Seis Músicas", pelo Catraca Livre. A proposta do site é divulgar playlists feitas pra servirem de trilha pra tudo: pra fazer as unhas, pra lavar louça, pra ouvir no ônibus...Genial.

Escolhi pra embedar aqui a playlist que mais tem a ver comigo no momento. Pois é.


Playlists

Daora fazer playlists.

Decidi que vou começar a postar algumas aqui. Pra quando estiver a fim de compartilhar meu excelente gosto musical, ou pra quando só estiver sem assunto mesmo (ou com preguiça de escrever).

Testando o Virtual DJ e o Mixcloud, fiz minha primeira playlist, e o artista escolhido foi o Jamie Lidell. Não sei se já falei dele aqui...Se já falei, talvez tenha postado vídeo de alguma dessas músicas. Gosto muito do som desse cara.

As playlists inicialmente serão nesse esquema: minhas favoritas de um determinado artista/grupo/disco. Depois penso em playlists temáticas, de artistas/estilos/discos variados. Aceitarei sugestões. Acho.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Happy families are all alike..."

"...every unhappy family is unhappy in its own way."

Sabe aquele papo de me sentir como se não soubesse nada, mesmo depois de 6 semestres de faculdade? Pois é. A prova pra estágio na Defensoria me mostrou que não sei nada mesmo.

Não sei nada de Direito e minha gata sumiu. Cheguei da prova, ela veio deitar comigo. Bebi tudo o que vi pela frente (queria apagar até segunda-feira) e a última coisa que vi foi ela dormindo aqui do meu lado, profundamente, com a língua pra fora. Acordei e ela tinha ido embora. Ninguém a viu sair pra rua. Ela, filhote ainda, nunca passou a noite fora. Sei que aconteceu alguma coisa e que não vou voltar a vê-la.

Se eu soubesse que era nossa última tarde juntas, teria dado mais atenção pra ela. Ou não teria bebido pra apagar, teria ficado de olho nela e fechado a casa antes que ela fugisse, já que o posto de bêbado egoísta e imprestável da casa já está ocupado. Tal pai, tal filha? Parece que sim.

Burra, sem estágio, sem minha gata e sabendo que a única pessoa da família com quem, apesar da distância, mantenho uma ligação forte, tem câncer. Na bexiga, estágio avançado, iniciou tratamento, vai passar por cirurgia urgente em breve. E se acontece alguma coisa com ela, é boa parte da minha infância, da minha adolescência, da minha vida que vai embora junto.

E esses são só alguns dos motivos pelos quais dormi só 3 horas desde sexta-feira, e ainda assim tive que beber pra poder tirar esse cochilo. A gente segue morando todo mundo junto, mas vivendo separadamente. Não servimos nem pra ser uma família infeliz: somos egoístas até na infelicidade.



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Advogados/adêvogados & estagiários

Perto de completar 48h sem dormir, a cabeça parece que vai explodir, e eu tentando estudar Direito Processual Civil pra prova da Defensoria domingo.

Hoje na faculdade, um amigo me disse que às vezes se sente como se não soubesse nada. "Sei como é, acredite". Porque sei mesmo. Repassando a matéria agora à noite (era noite quando eu tava repassando), passei por um monte de tópicos que, na boa?, nem lembrava que já tinham sido tratados em sala de aula. "Lembrava" é modo de falar, já que falto demais e, certamente, esse é o motivo pelo qual não lembro.

Só sei que coisas que já deveria ter aprendido e coisas que ainda não aprendi vão ter que entrar na minha cabeça até as 9h do domingo. Quero muito esse estágio na Defensoria.

De resto, same old, same old. Pessoas me decepcionam, brigo, excluo contatos e vida que segue. Minha lista de profiles bloqueados no Facebook só cresce. Me candidatei à uma vaga de estágio pelo CIEE. A vaga dizia que o escritório fica em Mogi, mas quando liguei, soube que fica em Ferraz de Vasconcelos. De início, achei uma boa: bolsa-auxilio ok, razoavelmente perto de casa...Mas quando liguei, o pouco caso de quem me atendeu me desmotivou. Foi meio "Cetesb" all over again. Eu ia lá só pra brigar com a tal mulher, mas tô com preguiça das pessoas. Prefiro estudar Processo Civil.

Aliás, isso é algo que me incomoda já faz um tempo: esse lance de profissional tratar estagiário como débil mental, irresponsável, palerma. Como se estivesse te fazendo um favor ao te dar o trampo. E infelizmente, isso se vê em tudo o que é área, não é só no Direito. Eu, balzaca, segunda graduação, já trampei em tudo o que é canto, já passei por um monte de coisa...Mas tem limite. Você vê uma vaga bacana, vai se candidatar, mas é só pra "estudantes de faculdades de 1ª linha", ou seja, PUC, Mack, USP. E quando topam te receber, é esse tratamento escroto de quem tá falando com adolescente filhinho de papai inconsequente que só quer a grana do estágio pra torrar nas baladinhas.

Deve ter estagiário assim, não duvido. Mas não dá pra generalizar. Tava lendo uma matéria sobre juventude e o mercado de trabalho, da CartaCapital, ou "Carta na Escola" (nem sabia dessa "Carta na Escola"). Um pesquisador saiu entrevistando jovens pra tese de Doutorado dele, pra saber qual o resultado desse lance de investir nos estudos pra ter trampos bons. Balela. Não tem mais aquela coisa de "estudar pra ser alguém na vida". Eis a conclusão do pesquisador José Humberto da Silva: “Não quero, com a pesquisa, inferir que a educação não seja um diferencial para inserção profissional. É muito importante sim. Porém, mais do que um problema de qualificação, o desemprego é um problema político e econômico". Claro, estudar é importante, conhecimento nunca é demais. Lindo. Mas só estudar não te garante o trampo dos sonhos.

E aí a matéria acaba com o que eu tava falando:
"Silva acredita que o pensamento que estabelece uma relação direta entre escolarização e ascensão profissional coloca sobre o jovem toda a responsabilidade do desemprego. 'Nos últimos anos o número de jovens cursando o Ensino Superior cresceu significativamente, mas outras formas de exclusão apareceram. Se antes o jovem era rejeitado porque não tinha Ensino Superior, hoje é porque o cursa em uma faculdade considerada ‘menor’, menos qualificada', aponta." (grifo meu)
Por isso que você vai, se candidata à vaga, e é tratado(a) feito otário(a). Não me troco por 10 PUCânus ou 10 Wackenzistas, e continuo acreditando no meu discurso de que não é a faculdade que faz você, e sim o contrário. Fulano pode estudar na PUC e ser um boçal, enquanto outro pode estudar numa faculdade "menos qualificada" e ser brilhante. Mas é foda passar por situações desse tipo, e vai ficando mais foda a medida que você sai arrumando briga por aí, como eu arrumei com a Fundap por causa do modo como fui tratada na Cetesb quando tentei estagiar lá (mas falo disso aqui outro dia).

Comecei a tocar nesse assunto, que também era pra ser abordado noutra ocasião, porque uma amiga estagiária me procurou PUTA logo cedo. Começamos no chat do Facebook e terminamos no WeChat (que ela me fez instalar no meu tablet só pra continuar a conversa-desabafo). E a reclamação era justamente nesse sentido: profissional que encara  estagiário como mongolóide. A advogada (ou adêvogada, como meu professor de Direito Processual Civil gosta de chamar advogados sem noção) começou a tirar sarro da cara dela por causa de uma informação errada num andamento processual. Detalhe: quem passou o nº errado do processo, pra começo de conversa, foi a própria adêvogada. Mas isso, claaaaaro, ela omitiu pra ficar mais daora rir da cara do estagiário trouxa que ganha uma miséria e se fode pra fazer o trampo direito.

É como se a pessoa, depois de formada, esquecesse que passou pelas mesmas coisas. Ela virou adêvogada e pronto: não comete mais erros. É tudo culpa do estagiotário. Escrota demais. O que nos consola (pouco) é tirar sarro deles pelas costas quando eles cometem erros grosseiros. Ah, se eles soubessem o que a gente fala deles...Impera a máxima do "a gente ganha pouco mas se diverte". Acho digno.

Advogados e adêvogados são uma espécie peculiar, diga-se. Outro dia, pesquisando sobre o porquê de advogado ter título de doutor sem doutorado, fui parar num fórum de discussão de juristas. Eles discutiam justamente o uso do título. Cara, tem que ver o nível da treta, fiquei pasma. "Com a devida vênia, caro causídico..." e coisas do tipo. A discussão tomou proporções absurdas, em se tratando de um tema tão...bobo. Afinal, você não vai ser menos jurista, não vai manjar menos de Direito se não te chamarem de "dotô". Esse artigo da Eliane Brum trata do assunto e explica porque advogado, mesmo quando é adêvogado, é chamado de doutor, além do motivo pelo qual ela, e muita gente por aí, se recusa a chamá-los assim. Mas esse era outro assunto pra ser tratado aqui quando eu estivesse menos chata.

Só sei que nada sei tenho tentado evitar não só decepções, mas também polêmicas. Tédio, tédio. Certos assuntos, certas pessoas simplesmente não valem a pena. Prefiro, sei lá, ler minhas besteiras, escrever minhas besteiras, estudar (pouco) e ouvir música. Hoje, por exemplo, tô com essa na cabeça. Tocou na minha volta pra casa ontem (já duas noites que cochilo bem no meu trecho favorito das luzes de grande-coisa-Jundiapeba, damn!) e gosto muito dela. Eu parecia a gordinha do clipe quando era criança, e costumavam rir de mim também. Ainda riem. Estagiária, né...


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

50 tons de Hunnam

Dias depois de falar do meu querido Charlie Hunnam aqui, quem diria, o loirão foi escolhido pra viver o pica das galáxias Christian Grey no pornô soft sadomasô para tiazonas "50 Tons de Cinza".


Confesso que não pensei nele. Tá, não li todos os livros dessa fanfic de Crepúsculo. Mas quando li metade do primeiro livro, imaginei o tal Christian Grey diferente. Pensei no Alexander Skarsgard, admito.


Não curto a história, mas curto o Charlie que, como disse aqui, é velho conhecido meu por causa da série Sons of Anarchy. Nem procuro mais detalhes do filme, mas quem quiser pode se informar sobre a escolha definitiva do elenco aqui.

Abaixo, seguem dois vídeos que mostram porque "50 Tons de Cinza" é bosta.



Mas antes

"Ela saiu de casa batendo a porta. Mas antes, ele tinha mandado ela tomar no cu. Mas antes, ela tinha pedido que ele pelo menos limpasse a merda que fez. Mas antes, ele tinha derramado vinho no tapete. Mas antes, ela tinha duvidado de que ele derramaria o vinho todo no tapete. Mas antes, ele tinha dito que derramaria o vinho todo no tapete. Mas antes, ela tinha dito que a culpa não era dela de ele não ter um emprego. Mas antes, ele tinha dito que ela não precisava jogar na cara que ele não tinha dinheiro nem para comprar um tapete. Mas antes, ela tinha dito que a mãe dela merecia respeito, afinal de contas era ela quem tinha mobiliado o apartamento, do ventilador ao tapete. Mas antes, ele tinha dito que a mãe dela era uma vaca. Mas antes, a mãe dela tinha saído do apartamento batendo a porta. Mas antes, ele tinha pedido que a mãe dela saísse, de preferência sem bater a porta. Mas antes, a mãe dela tinha dito que ele estava mais gordo. Mas antes, ele tinha dito que a mãe dela estava mais velha. Mas antes, a mãe dela perguntou se ele tinha conseguido o emprego. Mas antes, ele disse que a mãe dela chegar de surpresa era só o que faltava. Mas antes, a mãe dela tinha chegado de surpresa. Mas antes, eles tinham se beijado e pedido desculpas e prometido que não iam brigar. Mas antes, ele perguntou por que é que nada que ele faz nunca está bom. Mas antes, ela tinha reclamado que ele não sabia nem abrir um vinho. Mas antes, ele tinha tentado abrir um vinho. Mas antes, ela tinha sugerido que ele abrisse o vinho. Mas antes, eles tinham se beijado. Mas antes, eles tinham deixado os filhos na casa da irmã dele. Mas antes, eles tinham dito que seria uma noite linda. Mas antes, eles tinham passado no supermercado e comprado o melhor vinho. Mas antes, ela tinha dito que tinha muito orgulho do marido que ele era. Mas antes, ele tinha chorado porque não era assim que ele se imaginava aos 35. Mas antes, ele tinha sido recusado na entrevista de emprego. Mas antes, ela tinha dito que confiava cegamente nele. Mas antes, ele tinha dito que era só uma entrevista de emprego, e que nada estava certo ainda. Mas antes, eles tinham combinado de comemorar as duas coisas, o aniversário e o emprego novo. Mas antes, eles tinham acordado e percebido que, naquela noite, eles iriam comemorar sete anos juntos. Mas antes, eles tinham sido felizes. Isso antes."
Gregorio Duvivier é ator e escritor. Também é um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos

* Só fiquei sabendo hoje que o Gregorio Duvivier agora é colunista da Folha.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Uma arte

"A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.
"
                   Elizabeth Bishop           

Uma amiga compartilhou no Facebook, e depois vi o Fabrício Carpinejar recitando esse poema na fanpage dele. Fui atrás de saber mais sobre a Elizabeth e achei essa matéria da Piauí sobre ela. Fiquei sabendo também sobre um filme do Bruno Barreto, o "Flores Raras", contando um pouco da história de Bishop, que morou durante um tempo aqui no Brasil. Falo mais a respeito quando assistir.



domingo, 1 de setembro de 2013

David Frost

Ainda tô acordada e pilhada, mas antes de desligar tudo aqui pra ler Jorge Luis Borges até pegar no sono e acordar, sei lá, terça-feira, vou aproveitar pra postar aqui o trailer de um dos melhores filmes que já vi. Não lembrei dele por acaso: acabei de ler a notícia da morte de David Frost. Triste.