segunda-feira, 29 de julho de 2013

How to disappear completely

Tenho escrito algumas coisas pra publicar aqui, mas tem dado mais trabalho que o habitual. É a besteira de querer que tudo saia redondinho, que os pensamentos se encaixem, que a vida faça sentido aqui, quando na minha própria cabeça não faz.

Acabei de assistir "Somos tão jovens". Não sou fã de Legião Urbana, muito menos do Renato Russo, mas consegui assistir até o fim. Fiquei com uma cena na cabeça: Renato na banheira, falando em inglês, fazendo o chuveirinho de microfone, como se estivesse dando entrevista. E ele dizia que ia ser um rockstar aos 20, depois queria ser cineasta, e lá pelos 60 anos, seria escritor. Tinha esse mesmo hábito, de traçar planos. Não mais. Na verdade, se tem uma coisa que não tenho agora - e que, admito, faz falta - é um plano.

Depois, continuei com filmes nacionais e assisti "Divã". Só nos créditos que vi que o roteiro era "livremente inspirado" num livro da Martha Medeiros. Certa implicância com Martha Medeiros, sei lá...Não consigo levar muito em conta o que ela escreve. Mas o filme é bacana, dei algumas risadas. Até chorei, no momento em que ela fala da amiga pro analista. Me disseram hoje que me apego demais às pessoas. Taí algo que não consigo evitar. Faz exatamente 13 dias que rescindi meu contrato de estágio, e não saio de casa desde então. Pra nada. Acho que não vejo o sol há 13 dias, pois nos primeiros dias tava nublado e um frio do caralho, e nos outros...Tava (tô) acordando depois das 17h. E isso porque fico acordada até 5h, 6h da manhã. Lendo, escrevendo, vendo filmes, seriados...

E quando durmo, tenho sonhos estranhos. Sonhei que tava no centro de Itaquera, era noite de uma segunda-feira, e eu inventava de entrar na igreja onde sempre ia quando morava lá, paróquia de Nossa Senhora do Carmo. Fui batizada lá, fiz primeira comunhão lá...E no sonho, eu lembrava que segunda é dia de Missa das Almas (tinha ido assistir uma dessas quando meu padrinho morreu e minha mãe quis que eu fosse colocar o nome dele na lista dos "homenageados". Lembro que achei um absurdo ter que pagar pra que o nome de um ente querido fosse citado durante a missa, mas paguei, né), e justamente por conta disso resolvi entrar. Quando entrei, dei de cara com o que pensei ser uma pessoa, mas era só uma imagem muito grande de uma santa, logo a direita de quem entra. O manto dela não era talhado na imagem, era um tecido leve, parecia brilhar de tão branco...Na verdade, a imagem irradiava uma luz dourada, como se tivesse algo aceso nela. Olhei em volta, tinha um grupinho, uma mulher vestida de branco, julguei que não fosse ter missa coisa nenhuma, que fosse ensaio de casamento, sei lá. Não me lembro direito do que acontece depois. Não sou de interpretar sonhos, então não sei o que significa. É que sonhos assim sempre me deixam pensativa depois, seja por trazer recordações de infância, seja porque fico cismada e quero achar o motivo pelo qual sonhei com isso. Freud, definitivamente, explica.

Outra coisa que Freud explica é o fato de eu não ter mudado minhas informações profissionais ainda no Facebook, ou não ter levado o contrato do estágio novo pra faculdade assinar, ou mesmo ter pago e não ter ido fazer a prova do concurso pra advogado da Fundação CASA, onde eu estagiava. Meu pai, bêbado como em todos os domingos, veio me questionar a respeito do concurso e eu só disse que não quero ser advogada. Não pensei direito, aceitei a sugestão que me deram de prestar o tal concurso e achei que era boa ideia. "Mas não precisa se preocupar porque isso não vai acontecer de novo. Você acha que não sirvo pra nada mesmo, então não tenho porque insistir nessas coisas", eu disse. Ele não perguntou mais nada e foi beber mais. E eu também.

Esse tempo todo sem sair, sem saber, sem falar com ninguém de lá,  me fez pensar muita coisa. De fato, me apego muito às pessoas. Mais do que elas se apegam a  mim, diga-se. E é muito difícil pra mim esse lance de romper vínculos. Tem que ser na marra, à força, na raiva. E agora tô com raiva. Na verdade, é uma raiva triste, ou uma tristeza com raivinha. Pensava em passar lá, disse que ia aparecer lá na semana do meu aniversário pra comer bolo, mas a verdade é que não quero pisar lá, nem ver ninguém de lá, nunca mais por um boooom tempo.

Ia falar das mudanças no blog, mas falo outro dia. Vou assistir "Rocky" (o primeiro, que é o mais legal) e pensar se terei coragem pra sair de casa e resolver minhas pendências contratuais do novo estágio mais tarde. Se der tudo certo, ou seja, se minhas tentativas de autossabotagem falharem, começo dia 2 de agosto. Tenho até lá então (posso estender esse prazo até o dia do meu aniversário) pra pensar numa maneira de sumir e nunca ser encontrada.



"[...] In a little while
I'll be gone [...]

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