quarta-feira, 13 de abril de 2011

Admiradora secreta

Acho que ele nem sabe de tudo isso que vou falar, mas foda-se. Vai saber agora.

Quando entrei na faculdade de Jornalismo, me achava foda. Mas isso foi até conhecer gente bem, mas BEM mais foda que eu. Gente que já tinha lido Albert Camus, que curtia banda que eu nunca tinha ouvido falar, que fazia poesia...e que fazia fanzine. Eu nunca tinha visto um fanzine na minha vida, nem sabia como era feito um. Me surpreendeu saber que, numa época sem internet e sem computador, gente ralava e gastava o que não tinha pelo simples prazer de compartilhar informação. QUALQUER TIPO de informação. Parada bem DIY. Aliás, "Do It Yourself" era coisa que também não fazia parte do meu universo. Fanzine, DYI, Ramones, Almodóvar, Saramago, Gael García Bernal...Tudo isso e muito mais só passou a fazer parte da minha vida depois que conheci Márcio Sno.

Ele diz "Se ninguém faz, façamos" e o lance é bem esse mesmo. Se ninguém tem cojones pra fazer, ele faz. E faz bem feito. Ele planeja, ele organiza, ele coordena, ele executa e finaliza. He's the man. Nunca conheci ninguém igual. E nessa minha vida de poucas realizações, as mais expressivas foram influenciadas pelo modo Márcio Sno de viver a vida. De ter um monte de coisa contra, de gente cornetando dizendo que não dá certo, que não vale a pena, que não leva a nada e você simplesmente ir lá e fazer. Sem esperar nada em troca, mas tendo retorno mesmo assim. Você não só manifestar a paixão que sente por alguma coisa, mas transformar essa paixão toda em AÇÃO.

O que mais vai ter na vida da gente é povinho torcendo contra, seca-pimenteira, os famigerados haters. Márcio Sno nunca se deixou abalar por gente assim. E quando tô numa fase como a de agora, em que tô quaaase desistindo, desanimando, me rendendo, leio uma "carta" que ele escreveu pra mim (durante as aulas rolava um instant messenger artesanal, aquele lance de escrever alguma observação pertinente num papelzinho e passar pro colega; até hoje tenho alguns desses bilhetes nas minhas coisas) e fico bem. Nessa carta, ele chama minha atenção pra esse meu lance da auto-sabotagem que rolou desde sempre e sobre o qual eu até já falei aqui. E fala outras coisas também que me ajudaram muito e das quais ele nem tem idéia do efeito porque nunca falamos a respeito. Muito do que ele fala e faz é inspiração pra mim e ele nem sabe. Como eu disse, vai saber só agora, quando e se ler isso aqui.

Falei tudo isso porque vou divulgar aqui um documentário sobre fanzines feito por ele. Se assim como eu, você também é ignorante sobre o assunto, assista. Vale muito a pena, o trabalho ficou bacana mesmo. Ele tem outro documentário, que foi o trabalho de conclusão de curso dele na faculdade, e que tá na mesma página do Vimeo.

Escrevi um depoimento pra ele, no auge do Orkut, em que dizia que queria ser como ele quando crescesse. Faço questão de reiterar e deixar registrado isso aqui, bem como a admiração e o carinho imensos que sinto por essa pessoa que, sem nem saber, me apoiou e ajudou muito. Todo sucesso do mundo pra você, amigo.


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